O Sindicato dos Metalúrgicos e a Mercedes-Benz estão em negociação para a suspensão temporária do contrato de funcionários na unidade em Juiz de Fora, responsável pela produção de dois modelos de caminhões.
A informação foi confirmada pelo presidente do Sindicato, João César da Silva. Em nota, a assessoria da Mercedes-Benz confirmou a situação. "Estamos com algumas negociações em andamento, mas nada concretizado ainda", diz o texto.
Na cidade, segundo o sindicato, a empresa possui 750 funcionários. Destes, 140 já estão em licença remunerada desde o início de junho.
Segundo João César da Silva, a medida está prevista na legislação trabalhista. “O artigo 476 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) prevê a suspensão temporária por, no máximo, cinco meses.
No período, o trabalhador tem que fazer uma qualificação profissional, com carga horária de, no mínimo, 300h. O Governo Federal, via seguro desemprego, paga uma bolsa ao trabalhador nesta situação”, afirmou.
O sindicalista explicou que o funcionário deve optar pela adesão à suspensão temporária e contou alguns termos que estão sendo negociados sobre o assunto. “O que nós propusemos é que a empresa complemente o valor pago pelo governo aos funcionários que aderirem, até o salário que ele já recebe, e garanta a manutenção dos benefícios durante o período de suspensão”, disse.
A meta seria suspender 140 contratos. E os funcionários que já estão em licença remunerada podem decidir por esta opção.
READEQUAÇÃO - O motivo da decisão é a readequação ao mercado após a queda da produção na unidade. “Há três anos, quando fechamos um acordo com a empresa, a previsão era a produção de 14 mil veículos. Neste ano, eles devem ficar em nove mil. Por isso, as negociações são necessárias”, disse o presidente do sindicato. Esta é a segunda vez que a empresa concede licença a funcionários.
Além dos que estão em licença remunerada, em abril, a companhia deu férias coletivas para cerca de 400 trabalhadores, retomando o trabalho em maio.
Ele também afirmou que, durante a suspensão, não há recolhimento de INSS dos trabalhadores e continua a negociação de medidas para evitar demissões em Juiz de Fora. “A gente quer a construção deste acordo para dar tranquilidade aos trabalhadores.
Aguardamos um posicionamento da empresa, que ficou de nos enviar ainda nesta semana, para convocar os funcionários para uma assembleia para discutir o assunto”, disse João César da Silva.
O sindicalista explicou que, assim que o acordo for ajustado, há um prazo de 15 dias para que os trabalhadores e a empresa tomem as providências necessárias junto ao Ministério do Trabalho para a suspensão dos contratos.
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